Total de visualizações de página

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DA CLASSE C – Parte II – Comunicação e Informação

Problema: Desinformação ou distorção da informação proposital pela mídia
O trabalhador comum, notadamente o das grandes cidades e regiões metropolitanas, cumpre carga horária de 8 horas diárias ou mais, fora o deslocamento. Como ele se informa? Pelos noticiários noturnos, jornais/revistas e a internet. Percentuais decrescentes para a mídia escrita, mas ainda influente através de suas capas.
O resultado disso é que o maior beneficiado pelas conquistas sociais dos últimos anos não está relacionando sua ascensão às ações do governo, mas atribui a este as mazelas na saúde, que é municipalizada, e na educação de seus filhos, responsabilidade dos estados e municípios, além de outros.
Este trabalhador, pelo que lê ou assiste, acha que o partido do governo é o mais corrupto de todos quando a Presidente Dilma é, de todos os presidentes desde a volta da democracia, a menos tolerante com a corrupção.
Sugestão: Combate ao acesso ainda limitado aos meios de informação alternativos
O uso da internet cresce, mas a grande maioria do trabalhador comum não tem tempo para navegar nos sites alternativos, pois a maior parte das empresas proíbe a navegação em horário de trabalho, de modo que o uso da rede se dá nos poucos intervalos e/ou no almoço, o que significa rápida checada nas redes sociais (onde a informação é distorcida, pois a maior parte das repercussões são originadas da própria mídia, através dos compartilhamentos) ou em sites mais tradicionais, veículos da própria grande mídia. Como combater isso?
A regulamentação é necessária, mas nada garante que o conteúdo irá mudar. É preciso regulamentar mas, também, criar meios para fazer chegar uma informação mais qualificada e menos distorcida às pessoas.
Problema: Falha na comunicação do governo
O governo, me parece, erra ao não falar mais diretamente à classe C e ao não identificar de modo consistente os anseios destas pessoas, para atendê-los. O governo não estaria percebendo que as pessoas quando ascendem socialmente logo vão se tornando conservadoras, vão para o centro e, se não forem bem informadas, acabam indo para a direita.
Penso que se a direita tivesse vindo com outro candidato ou modificado apenas um pouco sua estratégia, teria vencido as eleições apenas por conta dessa onda conservadora que varreu o sul. E nem precisaria de uma bala de prata.
O que fazer?
Criar meios de contato mais direto com a população, notadamente a nova classe C, através de seus trabalhadores e estudantes.
Boletins de notícias poderiam ser produzidos em parceria com sindicatos, outras entidades de classe, associações, escolas e igrejas, etc, e distribuídos nestes locais e, também, nos grandes centros comerciais, nos calçadões, shopings e ruas de consumo das cidades, universidades e escolas de todos os tipos. Também poderiam ser vendidos a preços simbólicos.
Aplicativos para celulares com serviços públicos, orientações de saúde e educacionais ou outros assuntos de interesse poderiam ser criados e, ao mesmo tempo, conter divulgação de notícias, notadamente aquelas conquistas sociais que a mídia não divulga.
Democratizar ainda mais a distribuição das verbas publicitárias, investir nas rádios e jornais comunitários, religiosos e do interior. Comprar espaços de divulgação e mostrar as histórias de pessoas e suas conquistas sociais, comover, fazer ver que as coisas estão mudando e melhorando.
Incentivar os programas mais populares da TV à produção de reportagens que mostrem o Brasil profundo, que recebe ajuda dos programas sociais mas que trabalha e cresce, melhorando de vida.
Produzir (e exibir nos cinemas antes dos filmes) documentários curtos com histórias de beneficiários do Bolsa Família e outros programas sociais que trabalham na roça ou nas periferias, mostrar seus avanços, mostrar o progresso de seus filhos nas escolas e a perspectiva de progresso futuro com a saída dos programas. Mostrar, principalmente, pessoas que já não precisam mais receber ajuda.
Dar destaque também aos casos em que a fiscalização descobre e descredencia pessoas que recebiam os benefícios sem merecer. Mostrar também as realizações do governo.
Nenhuma dessas informações deve ser partidarizada ou direcionada, pois não é preciso. Basta que a verdade sem filtros possa chegar às pessoas através de novos meios que as tornem independentes da grande mídia para obter as informações.
No próximo texto vamos escrever sobre a necessidade de aprofundamento e garantia das conquistas da nova classe social emergente.
Continua... Clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog